Thursday, February 13, 2014


Começo a ter certeza que é esse tipo de coisa que devo passar a fazer...

Wednesday, August 14, 2013

O facebook é um site bacana, no qual você pode partilhar os seus pensamentos diários e as suas opiniões sobre os assuntos que te afligem, e também sobre temas cotidianos.


A publicação de suas idéias, expressas em textos, nesta universal mídia que goza de uma penetração fabulosa nas massas e uma difusão instantânea do ideário publicado é, geralmente, muito bem aceita pelo público, que são as pessoas que você adicionou como amigos no facebook e lhes deu estrelinhas, tickzinhos e outras coisas, elencando por ordem de afinidade os seus leitores, seu público alvo inicial.


Interessantemente, porém, persiste na mentalidade cordial brasileira a perniciosa incapacidade de diálogo, o que inviabiliza o uso do facebook no nosso país!


Posto que o Diálogo é a expressão de verdades, opiniões, apreciações DIFERENTES de um mesmo tema ou objeto, espera-se que tais posições, uma vez apropriadas, sejam defendidas com coerência, mordacidade e inteligência, resultando na provocação.


A Provocação do adversário (ou seja, o partidário da outra versão, o "voltado para o outro lado") é o estilo pedagógico mais producente para a construção da dialogia, pois suscita a paixão do outro, levando-o a expressar da melhor maneira possível, com a mesma coerência e cuidado de composição, a sua versão sobre o fato ou tema.


Idealmente, a réplica deste ente será também capaz de provocar o primeiro provocador, que iniciou o diálogo. Ambos apresentarão seus argumentos, serão algozes de si mesmos, terão paixão pela contenda até que a mesma seja esgotada em prol da cessão de posicionamento.


Serão feitas concessões. Serão tomadas algumas das posições do outro, mas com outra formulação.
Chegarão ao tom conciliatório e dirão: "é, estamos dizendo a mesma coisa, mas de maneiras diferentes.". Justamente. Diálogo é isto: dizer de maneira diferente, diversa, mas a mesma coisa: a verdade, que é sempre múltipla.


Mas aquele algo pernicioso, a cordialidade brasileira... ah, ela cega o discurso. O provocador passa a ser, então, meu INIMIGO. Mas adversário não é inimigo. Adversário pode ser parceiro.


Tornar o adversário em Inimigo é o passo essencial para transformar o processo de diálogo em um fracassado monólogo.


Assim, tolhido o processo pela cordialidade, o iniciador do diálogo poderá passar a falsear a sua posição, em um tom falsamente conciliatório, e dirá de si mesmo apenas aquilo que o adversário concorde, igualando-se a ele, buscando evitar ao máximo o conflito.


Esta posição parece igualmente indefensável, pois o conflito de idéias é necessário para a construção do diálogo e a decorrente obtenção da verdade, que é sempre um meio-termo, uma cessão mútua.


Dizer do que se concorda é mera perfídia e covardia, seja porque evita o saudável confronto de idéias, seja porque busca, veladamente, atrair o adversário para o seu campo, minando o processo dialógico e negando-se a ceder algum (e qualquer) terreno. É uma posição endurecida, tanto quanto a do sujeito provocado que vê no provocador um inimigo.


Isto tem tudo a ver com o uso de mídia no Brasil. Talvez no mundo. Um espaço extremamente interessante como é o Facebook, onde poderíamos talvez trocar idéias, provocarmos e sermos provocados, defendermos nossas idéias, se transfigura magicamente, em nome da cordialidade, em um site para troca de imagens e textos sobre animaizinhos felpudos, ou imagens do Dalai Lama seguidas de textos que não são dele, ou sabe-se lá mais o que.


Eu me nego a ceder a esta mediocridade.
Ser medíocre é pior que ser ruim. Ser medíocre é ser, apenas, a média. É simplesmente fazer igual todo mundo faz. É a busca da concordância.


Eu digo e defendo: episcopalidade, inclusividade, realidade, pobreza.
Digo além: ecumenismo espiritual, fazer tudo o que a instituição permite, respeito a instituição.
E ainda: amplo trânsito entre as casas irmãs (afinal, vou na casa dos meus irmãos (tenho 5) quando quero e nem preciso avisar), igualdade.


Achou ruim? defenda, com argumentos realmente válidos, e não mitos, as suas posições. Sentir-me-ei
deliciosamente provocado...
Talvez, se você conseguir demonstrar que seus argumentos são construídos sobre bases sólidas, eu ceda. Se não, não cederei um centímetro.


Entre a sua versão porosa e linda e a minha feia e densa, prefiro a minha.


E concluo assim: no caminho do esvaziamento de si mesmo, não existe o primeiro movimento, e só existe ele.

Thursday, August 08, 2013

Não acontece nada, e eu insisto, inconformado.
Largo tudo, abro os olhos desmesuradamente, presto mais atenção.
Nada.

O sentido último da vida é esse vazio que ocorre com freqüência.
O sentido da vida não é preencher o vazio. É o vazio em si mesmo, porque este vazio é
Possibilidade.

Olho em torno, a luz incomoda, o som é demais.
Não é possível um silêncio tão profundo quanto este da alma, e nem uma escuridão mais sinistra.
Me assento à sinistra olhando o mundo que se acaba
E a vida, que é a morte noutra roupa.

Nenhum mistério, é assim mesmo que o mundo é: sem sentido.
O sentido é procurar o sentido, e se conformar com o fato de que não há sentido nenhum.

Só a vida, pequena morte.